2008/04/25

25 de Abril... Sempre!


E viva a Liberdade (sem grandes conjecturas ou reflexões da palavra...)! E porque é bom podermos escrever sem medo, falar sem olhar para trás ou andar pelas ruas livremente sem o peso do olhar inquisidor. Porque vivemos o tempo que outros mudaram por nós e devemos respeitá-lo e agradecer cada vez que publicamos um post, conversamos no café, em casa, reclamamos contra o Governo (:))e exercemos o nosso direito de não ficarmos calados.
Somos livres de ficar, de ir, de escolher, de gostar, de não gostar. Ninguém nos obriga ao que quer que seja. Viva!

2008/04/24

Até Terça...


Magalópolis deslocar-se-á a Barcelona por uns dias, queiram desculpar o incómodo, sim?! :P:P:P

Riquiti, se encontrar um bailarino de flamengo com td no sítio trago-to. :)

...

E falando de nostalgias... tenho saudades de Paris no Verão. AAAh Pári Pári

2008/04/23

OST de Hoje

Desabafo à F.B. I

Porra, nostalgia ao ver este post! (Entre vários desse mês e de outros, onde as fotos revelam histórias à beira-mar e grandes momentos nossos. :P )
Miúda, que a rapidez do tempo abrande, e possamos guardar ainda mais fotos e memórias destas. :)

2008/04/22

...

Minámos o futuro,
Minámos as paixões,
Minámos os turbilhões,
de histórias no chão frio e duro,
que aqueciam as ilusões.

Minámos o olhar,
Minámos o sentido,
Minámos o perigo,
tido no efémero e doce pousar,
do estar instável e tremido.

Minámos as borboletas,
Minámos as focas
Minámos as tocas,
de animais de fábulas e historietas,
de gatos sorridentes e lebres loucas.

Minámo-nos a nós,
Minámo-nos os lábios
Minámo-nos os sábios,
conselhos daquela nossa voz,
que nos guardava livres e sadios.

Minámo-nos.

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Ficções?


DR
Sonhei com o tempo em que a felicidade estava no caminho do bungalow à areia. O mar de um lado, delimitado no espaço, onde passavamos tardes de óculos de mergulho em busca de algo que lá no fundo se mexesse. O rio do outro, mais esquecido por nós, onde pescavam pacientemente homens e rapazes, à espera de algo no prato essa noite saísse dali. Até das anémonas chatas, das quais tínhamos de fugir insistentemente e que assustavam banhistas com a acidez do seu toque. Estavamos sentados, perdidos, quietos nos nossos horizontes, próximos, como se nem o vento passasse pelo espaço deixado entre os dois mundos que um dia se afastariam como meteoros em movimento. Parar seria corromper as asas de penas frágeis que foram crescendo com o tempo que não era nosso. Seria degladiarmo-nos até à morte, num duelo de gigantes, aumentado por tudo de forte e antagónico que nos une, uniu, no tempo em que verdadeiramente éramos deuses egípcios.
Recorro a esse tempo em momentos de pânico, não a ti, mas ao que outrora passeava pelos caminhos que também eram meus, como se nada, nem na terra nem fora dela, fosse capaz de interromper as passadas firmes que davamos a par. Mas nós conseguimos – às vezes, só às vezes, infelizmente.

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2008/04/21

Dos Monstros Vencidos IV...

DR
Andava confiante o guerreiro, quase a sentir o vento da planície sagrada pelos cabelos longos, castanhos, quando, de repente, sem dar conta, um terrível monstro inimigo, muito maior do que ele e muito mais forte, o atira para bem longe. Sem armadura, mas ainda de espada em punho, o valente lutador tenta, em vão, controlar o voo forçado contra montanhas perigosas, cheias de bicos e fendas que abrem feias feridas pelas cicatrizes já curadas. Imóvel, como morto, o guerreiro pensa mais uma vez como o feroz combatente que outrora havia sido, sentindo raiva de si próprio por ter acreditado como vencidas as criaturas de pele escura e rugosa, com grandes punhos e dentes, perigosos como um animal selvagem que se sente encarcerado, sem comida. Indaga o valor daquela planície, o que significa a sua luta para os camponeses que ali vivem, se era realmente importante reunir a força que se esvaziava de todos os seus músculos. A respiração custa-lhe, as lágrimas de raiva caem sem se dar conta, avermelhadas pelo sangue que escorre pela face. Não consegue ainda avaliar a profundidade dos golpes, de tão estático que está. Apenas os olhos são fechados num movimento pausado, lento, pensado nos minutos que reflecte o porquê de ali ter parado, decidindo se fica e luta, ou vai para onde a sua presença é, de facto, essencial.

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Cegueira

(...)
No tesouro que me és, se eu te chamasse “meu tesouro”
Sem desdouro de estilo, oh Marga,
Nesta angústia sem ti. que estás lá fora.
Ausência dura. poesia tola e amarga.
(...)
Vitorino Nemésio - Poemas a Marga (Macaca de Fogo)

2008/04/20

Citações

The shadow of victory is disillusion.
Winston Churchill

OST do Momento

Quando o Amor se esquece de voltar...

Sente-se um frio a percorrer todos os poros da pele que se tenta, em vão, aquecer. O sangue corre lentamente e passa-se a ser um lagarto escamoso, imóvel ao choque. Por dentro os tremores tomam conta do corpo já cansado e esgotado de pensar o adeus, olhos envidraçam como num dia de chuva e frio, com a ausência do calor humano. Cai-se no poço fundo do tempo que parou, perde-se o sono e a vontade de se sentir a brisa do Mar que ficou para trás, nas costas que se viraram à luz do primeiro relâmpago, de quem já não pode ouvir o trovão. De quem não poderá continuar a mergulhar o Mar inseguro, que está à espera, falso, para o engolir fatalmente.

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2008/04/15

Citações

L'absence diminue les médiocres passions, et augmente les grandes, comme le vent éteint les bougies, et allume le feu.
François de La Rochefoucauld

Manhãs Longínquas

DR
Acordou a sentir o calor do sol pelas persianas que deixava sempre entreabertas. Meia atordada com um sonho exaustivo, onde o dia se transformava numa luta pela sobrevivência da existência insubstitível, abriu os olhos com a certeza que cada amanhecer trazia novas aprendizagens numa terra que não era dela. Olhou ao redor as cores vivas, estivais, de um espaço em harmonia com a alegria daquele lugar que tinha escolhido para cenário da coragem à qual se prendera. O verde que conseguia perceber pelos buracos de luz do exterior não se assemelha ao do seu Mundo, de heróis e sultãos, terra desejada por reis e imperadores famosos. E suspirava, pensava o tempo de escolhas múltiplas, quando tudo estava em aberto, e o coração lhe permitia ainda abrir mais do que uma porta só. Levantou-se calmamente, habituando o corpo à humidade pegajosa, totalmente diferente do bafo quente do dragão magrebino ao qual estava habituada. O cabelo crescera entetanto, demasiado. Precisava de um corte, das tesouras longínquas e únicas a tocar no castanho brilhante que cuidava diariamente, ainda não confiava no desconhecido para empreender essa difícil tarefa. Todos os espaços naquela casa tinham já a sua marca, inconfundível, e sentia-se bem naquele T1, onde ouvia o rebentar do elo marítimo todas as manhãs, trazendo-lhe a energia que havia nascido com ela, perto daquele mesmo Oceano. Lá fora ninguém a queria, não desejavam a vinda de uma estrangeira com hábitos e passado muito diferentes, antagónicos e jocosos, mesmo, para alguns. Lidava com o ar de desprezo e superioridade vazia de algum transeunte ou lojista por onde passava quase todas as semanas e sentia as feições mudarem de semblante a cada palavra sua. Sabia que seria sempre assim, mas não se importava, era bambu com raízes intocáveis, nas quais ninguém poderia alguma vez interferir. Quando escolhera, em vão, o salto que se mostrara solitário estudara muito bem todas as consequências. Tomou o pequeno-almoço, apreciando cada fusão de sabores próprios daquele lugar, lembrando aventuras passadas noutros tempos. E saiu depois de vestir a saia com o top de alsas de uma marca que bem conhecia, ao contrário de todos os outros, sentindo que um dia seria especial, também ali, para alguém.

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2008/04/14

...

Bom é que não esqueçais
Que o que dá ao amor rara qualidade
É a sua timidez envergonhada
Entregai-vos ao travo doce das delicias
Que filhas são dos seus tormentos
Porém, não busqueis poder no amor
Que só quem da sua lei se sente escravo
Pode considerar-se realmente livre.

Fernando Pessoa

2008/04/13

Porto Sentido


Passeio deste fds. :)

2008/04/11

Passion for Spring - Registos



Aqui estão duas fotos, Riquiti... :)

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2008/04/10

Hoje... Calminha

2008/04/08

Citações

We are all in the gutter, but some of us are looking at the stars.
Oscar Wilde

...

Dos Monstros Vencidos III

DR

Caminhando há alguns meses, com os pés fortes que sulcaram a cada passo o trilho traçado até agora, o guerreiro pára, e olha à sua volta. Atrás de si vê o caminho que percorreu, longo, seguro, agradável, e tem a certeza que cada zona verde ou pedra saltada foram a melhor escolha no seu trajecto. Nunca parara para pensar o quanto sentiria falta de cada pé de amora protegido, de cada planta semeada por ele, naquele planalto circundado de picos e montanhas. Que valor teria aquela terra serena, pela qual desembainhou espadas e punhais, cerrou punhos ferozmente contra inimigos cruéis? Sabia que, corajosamente, continuaria a almejar derrubar as fortalezas que limitavam o espaço conquistado aos grandes senhores das trevas. Por isso, não tirara facilmente a rede que o protegia, ou deixara que chegassem perto o suficiente para o acompanharem no caminho solitário que escolhera. Sentia ainda o peso dos olhares alheios, sedentos da sua queda, nos ombros que, com esforço, mantia direitos e firmes, sem menor incerteza. Sabia que a qualquer momento poderiam tentar tirar-lhe o chão e tinha de se proteger, sendo crucial um aliado tão forte quanto ele. Mas no caminho humanizara-se, aqueceu o sangue, o coração e a alma. Agora temia. Que o tempo fosse duro, o passado feroz, e a vitória da aliança intra-divina inatingível. Pensa então o próximo passo, não o sente, contrariando o homem dentro do guerreiro.

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2008/04/02

OST do Momento (Primaveril)

2008/04/01

Parágrafo Perdido

DR
Deixou de ser a pequena rã divertida que saltitava na garganta, para passar o tempo perdido no cordão meio rasgado que teimava em não romper. Gritava no meio do múrmurio vazio e silencioso sem ninguém lhe prestar a menor atenção, longe da realidade que, ao longe, seguia o seu rumo pacificamente. O tempo havia sido cruel consigo e com tudo o que o envolvia e do qual se poderia orgulhar como seu, restando-lhe apenas o ar de um ser moribundo, colado ao vento que passou, e não voltaria mais. Cada momento mais mexido abanava o dito fio laço que o sustinha, canal resistente que prendia à vida aquela existência já fraca e doentia. Há muito que perdera o sentido da costa, da frescura da humidade no dorso rasgado pelo Sol que o queimava ferozmente. O iodo teria ajudado a cicatrizar as feridas mortais, mas desde que o olhar da divindade marítima se havia movido, nenhuma onda ou poça esquecida por ali tinha passado, ou ficado. E existia assim no esquecimento, passado, lugar confinado àquele cordão, onde, tranquilamente, deveria ficar.

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