Cansaço OST
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Segundos de uma amadora
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Sou aquela que tudo vê, tudo sabe, tudo sente. Olhar pedido que procuras de madrugada quando acordas de um sonho feio e pesado, onde o negro do tempo contrasta com o castanho âmbar de uma íris única. A dança que te envolve quando partes do mundo que te oprime para o lugar de utopias e vitórias intermináveis. O suave balançar dos ponteiros que te resta, enquanto deles for o compasso doce e amargo de uma existência real, como a vida deve ser. A luz da chama incandescente, que te abre caminho e te protege de temores e horrores, do triste estar sem poder ver o que te enfrenta. Eliminadora de ameaças e garante da confiança no trajecto firme e seguro que te impõe escolhas, decisões e coragem. A Espada fiel que te avisa de ogres e grandes seres lamacentos e viscosos, ávidos do teu sangue e suor e a Constelação celestial defensora de tudo o que te quererá fazer mal. A Deusa que te fortalece a alma, o riso e a sensação, na calma serenidade de quem te olha sem te tocar.Etiquetas: Estórias Histórias Textos e Poesias
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Após longos momentos deitado na pedra fria à qual tinha sido atirado com a força de mil homens iguais a ele, o valente guerreiro começou a sentir os poderes da magia negra que o monstro lançara sobre ele. A pouco e pouco, sentiu um ar pesado entrar por todos os poros, percorrer todas as suas veias e artérias e chegar ao seu coração, gelando-o. Tentou em vão lembrar-se da coragem que o trouxe até àquela planície de aromas inebriantes e ventos apaziguadores, mas nem a imagem do templo supremo do corpo divino que venerava conseguiu vencer o fluido negro que o invadia. Parcialmente coberto pelo sentimento de terror escuro, num lugar onde o Sol não chega ou a água tem a composição de breu misturado com lodo, parado, o valente tentava erguer a cabeça, como em asfixia, mantendo a serenidade de um herói. Quem o visse naquele momento, não imaginava quantas as lutas que dentro daquele ser cansado se travavam ferozmente, como se ele próprio fosse agora o cenário de batalha. Ah como ele pensa agora, novamente, no camponês que ficara para trás, preso no tempo de estabilidade monótona, agarrado àqueles que lhe seguravam na mão e mostravam o parco futuro à sua frente. Calmo, sem aventura, sem grandes paixões e alegrias, mas certo como a morte. Mas não o queria mesmo assim. E o canteiro de amoras silvestres para onde olha agora e não consegue proteger, lança agora os seus espinhos na direcção do guerreiro, impelidos pela mesma força cruel, ilusória e viperina que enfrenta. Já falta pouco para tocarem fatalmente o corpo quase derrotado, se a coragem falhar, e ninguém vier ao seu encalço.
E termina aqui a história dos monstros vencidos, que afinal voltarão sempre para combater o herói, e atemorizar o camponês...
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