Caminho para o Jardim I
“Era uma vez um pé de amora, aquele que outrora falámos em passagens distantes...”
-- Hey, não te esqueças do quanto sou lindo e frondoso!
-- Está bem, está bem...
“Era uma vez um lindo e frondoso pé de amora, aquele que outrora falámos em passagens distantes. Vivera ameaçado pelos longos ramos de um carvalho velho...”
-- E assustador, não te lembras?!
“Vivera ameaçado pelos longos ramos de um carvalho velho e assustador, que havia sido actor principal de outras histórias perdidas no tempo, deixando agora o olhar atento seguir a pequena e corajosa planta nova e muito alegre...”
-- Ah sim, agora gosto mais!
-- Ainda bem...
“...muito alegre. Sabia que tinha tudo para crescer bem e forte; os ramos do velho Carvalho que incomodavam o seu germinar haviam há algum tempo sido cortados e o tempo ameno, com a quantidade certa de Sol e Chuva, carregou o Pé de Amora ao colo, embalando-o até se erguer sozinho...
-- Pé de Amora, Pé de Amora... Que impessoal... Dá-me um nome!
-- Que nome queres tu, coisa chata!
-- Algo pomposo, sei lá... Viriatoooo’s
-- Uau, alguém morto por traição, é esse o fim que desejas?
-- Naaa... algo magnífico.. Alexandre, o Grande!
-- Morto por envenenamento, há quem diga...
-- Algo eterno então... Rigel... A estrela azulada e mais brilhante que marca o pé (base de apoio) esquerdo (como não poderia deixar de ser) de Orion, vista e sentida em ambos hemisférios, norte e sul, e símbolo de um grande guerreiro, imbatível. E é a sétima (sete – número da perfeição) estrela mais brilhante no céu!
-- Rigel, então.
-- Avisa aí: lido “Riguel”! Eu prefiro...
-- Ok, ok...
“...carregou Rigel (lido Riguel) ao colo, embalando-o até se erguer sozinho. Nos dias de maior intempérie, quando sente que a qualquer momento o vento frio de uma Primavera muito pouco comum tenta ferozmente rasgar alguma das suas folhas, inspira fundo, muito profundo, levanta a face e protege-se ao máximo, até agora com bastante sucesso. Acha-se nesses dias invencível, capaz de aguentar as cheias, as secas, e o granizo do Inverno que virá tão certo como o é o ciclo da Natureza. Sente em si uma pitada de super-herói, como os que existem e sobrevivem sempre nos livros que lê à luz daquela tocha que alguém colocou...”
-- Alguém... foste tu, minha croma! Facilitas-me a vida, confessa!
-- Posso terminar esta apresentação, posso?
-- Claro, Milady, faça o favor.
-- Obrigada.
“... para animar a sua noite. E Rigel vê-se grande e inquebrável, cheio de amoras bem saborosas que se conseguirão ver, cheirar, apreciar. Será aí o senhor supremo do jardim onde se encontra, quando lhe retirarem as talas de madeira que prendem o seu instinto selvagem, e limitam a sua altura. Destemido, tem imensas aventuras ainda pela frente, mas caminha-as pé ante pé, confiante da protecção divina que sempre teve, e que não o abandonará tão depressa. O trajecto é longo,vamos ver como se desenvencilha esta estrela adolescente.”
-- Safar-me-ei lindamente, cara protectora. Eu sou assim... além de irresistível, indestrutível!
-- Vamos ver... Acompanhar-te-emos.
-- Hey, não te esqueças do quanto sou lindo e frondoso!
-- Está bem, está bem...
“Era uma vez um lindo e frondoso pé de amora, aquele que outrora falámos em passagens distantes. Vivera ameaçado pelos longos ramos de um carvalho velho...”
-- E assustador, não te lembras?!
“Vivera ameaçado pelos longos ramos de um carvalho velho e assustador, que havia sido actor principal de outras histórias perdidas no tempo, deixando agora o olhar atento seguir a pequena e corajosa planta nova e muito alegre...”
-- Ah sim, agora gosto mais!
-- Ainda bem...
“...muito alegre. Sabia que tinha tudo para crescer bem e forte; os ramos do velho Carvalho que incomodavam o seu germinar haviam há algum tempo sido cortados e o tempo ameno, com a quantidade certa de Sol e Chuva, carregou o Pé de Amora ao colo, embalando-o até se erguer sozinho...
-- Pé de Amora, Pé de Amora... Que impessoal... Dá-me um nome!
-- Que nome queres tu, coisa chata!
-- Algo pomposo, sei lá... Viriatoooo’s
-- Uau, alguém morto por traição, é esse o fim que desejas?
-- Naaa... algo magnífico.. Alexandre, o Grande!
-- Morto por envenenamento, há quem diga...
-- Algo eterno então... Rigel... A estrela azulada e mais brilhante que marca o pé (base de apoio) esquerdo (como não poderia deixar de ser) de Orion, vista e sentida em ambos hemisférios, norte e sul, e símbolo de um grande guerreiro, imbatível. E é a sétima (sete – número da perfeição) estrela mais brilhante no céu!
-- Rigel, então.
-- Avisa aí: lido “Riguel”! Eu prefiro...
-- Ok, ok...
“...carregou Rigel (lido Riguel) ao colo, embalando-o até se erguer sozinho. Nos dias de maior intempérie, quando sente que a qualquer momento o vento frio de uma Primavera muito pouco comum tenta ferozmente rasgar alguma das suas folhas, inspira fundo, muito profundo, levanta a face e protege-se ao máximo, até agora com bastante sucesso. Acha-se nesses dias invencível, capaz de aguentar as cheias, as secas, e o granizo do Inverno que virá tão certo como o é o ciclo da Natureza. Sente em si uma pitada de super-herói, como os que existem e sobrevivem sempre nos livros que lê à luz daquela tocha que alguém colocou...”
-- Alguém... foste tu, minha croma! Facilitas-me a vida, confessa!
-- Posso terminar esta apresentação, posso?
-- Claro, Milady, faça o favor.
-- Obrigada.
“... para animar a sua noite. E Rigel vê-se grande e inquebrável, cheio de amoras bem saborosas que se conseguirão ver, cheirar, apreciar. Será aí o senhor supremo do jardim onde se encontra, quando lhe retirarem as talas de madeira que prendem o seu instinto selvagem, e limitam a sua altura. Destemido, tem imensas aventuras ainda pela frente, mas caminha-as pé ante pé, confiante da protecção divina que sempre teve, e que não o abandonará tão depressa. O trajecto é longo,vamos ver como se desenvencilha esta estrela adolescente.”
-- Safar-me-ei lindamente, cara protectora. Eu sou assim... além de irresistível, indestrutível!
-- Vamos ver... Acompanhar-te-emos.
Etiquetas: Estórias Histórias Textos e Poesias
2 Olhares:
A conversar com um pé de amoras?
Muito criativo o autor.
:P
pé de amora metaforizado como é óbvio. :P
beijo.
M.
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