2010/06/01

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A Magnum for one is half the fun! :D


(quase quase de volta)

2010/02/26

Reflexões

Encostada à porta entreaberta, via o vulto que de si se afastava com um ar de quem vai para outro planeta, e que se demora a regressar. Era a segunda vez que ele saia assim, bem aprumado, chapéu na cabeça e pasta na mão, como se fosse buscar fios de alma num mundo no qual ela não podia entrar. Ele não queria. Olhava-o silenciosamente, com a acomodação de quem se habituou a estar ali, no jardim onde aparava os restos dele que ficavam por cumprir nesse tal mundo, a vê-lo partir, sem o acompanhar. Era um local dele, onde ela não existia, onde se perdia o peso do que sentiam e viviam no jardim, de onde ela não saía. Tudo na vida dele era assim compartimentado. Com uma organização fora do comum, planeava tudo – o que dizia,o que vivia, o que sentia – ao mais pequeno pormenor, como se só assim mantivesse a estabilidade do barco que tentava manobrar. E ai de quem lhe mexesse nos papéis! E nas palavras? Nem se fala! Cada uma tinham o seu espaço, o seu contexto, e não se poderiam proferir noutro, sob pena de misturar os locais que pisava e baralhar a vida que ele queria. Não! Nada se poderia intersectar. Palavra-sentimento-local, bem divididos, para que jamais alguém fosse preciso como outrora ele havia precisado, e lhe fugisse novamente com todas as palavras, deixando-o vazio.
Ficou a observar o ponto que ia definhando ao longe, com a ajuda do sol que dificultava a contemplação do horizonte. Estagnada, com uma calma que transparecia dela, mesmo nos dias em que fervia por dentro e precisava que sons de água lhe acalmassem o espírito, permaneceu no alpendre por longos minutos, a inspirar o ar que, de tão seco e quente, custava a entrar, ardendo-lhe a garganta e os pulmões. Só lhe arrefecia o coração, e ninguém o sentia. Nem mesmo ele que, por sinal, já nem se via. De repente, lágrimas começaram a desafiar o vento árido daquele país, humedecendo-lhe a cara e as forças, que estavam perdidas pelo calor. Cuidara sempre dele, tratara-lhe as feridas e afastara-o dos fantasmas de dias em que o mundo não havia sido suficientemente dele. Tratara-o como a outra asa, o par perfeito, elo fechado que ninguém poderia quebrar. Mas ele quebrava-o, vezes sem conta. Mais do que ela conseguira aguentar, mesmo desculpando-o e relativizando o que ele fazia com todas as situações que o punham para baixo. E ele partia, e ele esquecia, e ela ficava. Sempre.
Lentamente, fechou a porta nas suas costas. Fixou um ponto à sua frente, mesmo desconhecido, e partiu. Algures à frente encontraria alguém que fosse também dela, e que não a escondesse por ermos inalcançáveis. Algures à frente entraria quiça, sem dar conta, no mundo dele outra vez.

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2010/01/25

Momento OST

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Quero ser eterna,
Como se das minhas entranhas exalasse o perfume do mundo,
E se confundisse com os demais.

Quero ser livre,
Guardar a chave do céu que me ilumina,
Para que só eu lhe possa mudar a cor.

Quero ser grande,
E colher por mim os mais altos frutos de tudo o que semear,
E deixá-los a conservar a minha essência.

Quero ser eu,
Olhar aberto e fechado que observa tudo o que me toca,
Voz que canta a vida e que cala.

Ser plena, e não ser nada.

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2009/11/03

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(sem tempo...)

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2009/10/27

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Este céu passará e então
teu riso descerá dos montes pelos rios
até desaguar no nosso coração.
Ruy Belo

2009/09/14

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Once again. :)

(enquanto não tenho tempo para algo mais :P)

2009/07/17

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Porque há surpresas que até gostávamos que fossem nossas... LOL (Como diz alguém que conheço: oooh sentimentinhos ahahahah)

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