2008/07/21

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DR
Sentiste o vento que por aqui passou apressado?
Deu com o nariz na porta daquele cadeado
louco que nos trancou cá dentro,
deste labirinto maluco onde, no centro,
mora um feroz ser cabeçudo.

Atroz, envolve-nos numa nuvem,
alucinogénica, atira-nos para o mundo,
de um cogumelo apanhado selvagem,
onde pára o tempo e mais profundo,
é o coração que a pensativa imagem.

Vagueamos pelo bafo quente dessa besta,
enfeitiçados no aroma silvestre que exalam,
sebes e tapetes nessas calorosas paredes,
que nos colam as mãos e os lábios selam.

E eis que perdidos nos encontramos,
longe do tempo conhecido e apreciado,
por gente comezinha e sem tocante voz,
anti-heróis, figurantes esquecidos, nunca nós.

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