2008/01/16

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O tempo parado deixava no ar a cor do grão de areia que teimava em não descer. Os dois campeões de esgrima, cansados, sem pestanejar, fitavam o adversário com a calma de quem pensa meticulosamente o próximo passo. Passaram muitas horas a analisar a força por detrás da máscara que envergavam. Estudaram cada centímetro que a protecção deixava adivinhar, todos os gestos, os cheiros, os olhares, os movimentos subtis que por desleixo ou com uma inteligência estratégica o outro ia dando. Representavam dois continentes que pesavam e asfixiavam a cada inspiração... e sabiam disso demasiado bem.
Agora, conseguirão continuar a prender a força magnética que os agarra ao chão? Ou render-se-ão ao salto inexplicável para o único golpe possível para a única eternidade efémera?

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