Presunção e Champagne Bento

Tenho mesmo de partilhar isto: Estava eu a fazer zapping descansada até que me dou com algo designado de Champanhe e Camomila, cuja apresentação é “Paula Bobone ensina as leis não escritas, num programa que tem como objectivo promover a etiqueta e as boas maneiras”. A convidada: alguém que odeia de morte Bush, e que jocosamente admitiu andar de luto pela morte de Saddam, grande comprador dos “nossos mármores”. Durante pouco mais de meia hora as duas (bastante afectadas, perdoem-me) dissertaram sobre o “novo riquismo”, com muito corte e costura à mistura. Maria do Carmo afirmava então com orgulho a “brutalidade” que já disse a algumas pessoas da alta sociedade, com quem se dá (“porque gosto muito de ajudar as pessoas a subir”), quando se virou para elas e disse que é preciso “ser-se, e você não o é… nem as suas amigas!”. O casal maravilha Betty/Castelo-Branco, “nada de mais”, foi considerado como “simpático, apenas”. A minha boca ficou aberta, qual Sebastião na Pequena Sereia, sem conseguir entender como podem as emissoras produzir um talk show com tais personagens. No final, consegui unir os maxilares com a frase que fechou o programa, da autoria do pai da convidada: “Em minha casa, quero ou muito inteligentes ou patetas, os medíocres é o pior que anda para aí”. Vá lá, a única coisa que eu, dito de outra forma, poderia concordar em parte; associando a mediocridade à banalidade, posso dizer que também gosto de pessoas únicas, genuínas, diferentes, marcantes, que tenham algo de novo e inesquecível a dar. Pessoas banais e insonsas, “pãezinhos sem sal”, como dizia uma amiga há algum tempo, passam mas não ficam.

* Foto: Champagne, morangos frescos e chocolate derretido... hmmmmmmmmm Mham Mham