Início
O início do tempo deveria ser calmo e sereno. Deveria contar o momento do sonho que atravessa no mundo irreal. Deveria ter o sabor das cerejas frescas e sumarentas, de pintar a vermelho dentes, dedos e a alma. Deveria ser lento, leve e profundo como um rio, que vai para onde o futuro o levar. Deveria ser o hoje, nunca o ontem e talvez o amanhã. Deveria ser envolvido pelos véus das deusas gregas, pelo frio da parede gelada, sem medo, sem culpa. Mas o estranho estar roubou ao início o tempo das asas soltas. Que será talvez compensado pela continuação, alívio que se avizinha.
1 Olhares:
Como diria Vinicius:
"(...)
quero vivê-lo em cada vão momento
e em seu louvor hei de espalhar meu canto
e rir meu riso e derramar meu pranto
ao seu pesar e ao seu contentamento
e assim
quando mais tarde me procure quem sabe a morte
a angústia de quem vive
quem sabe a solidão
eu possa dizer do amor que tive
que não seja imortal posto que é chama
mas que seja infinito enquando dure
(...)"
Lindo e sábio como sempre.
Beijinho
R.
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