2008/01/08

Trilhos

Saltámos o ar perdido de quem já não consegue andar pelo caminho sinuouso de terra batida e voámos. O muro caiu e ao longe surgiu uma linha definida, engolida pelo horizonte que não se avista, nem se adivinha. Caminhámos o espaço de um desejo, de um olhar, sem saber se estávamos sós, ou se a presença mística nos carregava ao colo nos momentos mais sombrios. Agora vamos em frente, assombrados pela incerteza do que não se pergunta nem se diz, empunhando a bandeira do tempo e distância que ficam para trás e que consomem o que se sente. Mas continuamos destemidamente, contra as barreiras que nos impusemos. Sempre em frente, enquanto a energia não se esgotar, até que caminhos se cruzem.

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