Porque não
Dia da Mulher? Brindar ao único dia em que todos (quase e sem querer generalizar) os homens se obrigam a ser agradáveis para as mulheres, com flores ou jantar, ou mesmo a passar a ferro meia dúzia de tshirts e toalhas que estão na pilha? Brindar ao dia que lembra que de facto as mulheres continuam a ser vistas como diferentes e a ter condições de emprego distintas dos homens? Brindar ao único dia que muitas mulheres têm como desculpa para ir jantar com amigas, deixando os filhos em casa com os maridos (que para muitos seria impensável noutro dia qualquer)? Etc etc… Hmmmmm Eu não!
Gosto de ser mulher, adoro sentir toda a minha feminilidade, não optaria por ter o outro género por nada. Mas sinceramente, custa-me que tenhamos de festejar um dia para celebrar a emancipação que, convenhamos, ainda está aquém da igualdade, se considerarmos o nosso país, e é completamente inexistente, noutras culturas. Relativismo? Sim, apoio, mas há factos e hábitos, como a mutilação genital feminina, ou privação total de ter um emprego ou de exercer direitos e deveres iguais a todos os cidadãos, que são indubitavelmente condenáveis, mesmo que uns mais que outros. Em Portugal, há imensas mulheres que perdem empregos ou “possibilidades de ascensão na carreira” por motivos familiares, porque ninguém acha que conseguirão conciliar. E o número de mulheres que sofre anualmente (ou diariamente até) de abusos ou algum tipo de violência doméstica?! Alguém já se apercebeu realmente da força das mulheres e que não deveríamos precisar de um dia no calendário para serem benevolentes connosco? Porque a verdade é que, a partir do momento em que já ultrapassámos as situações mais complicadas em termos de discriminação e atingimos neste país um patamar aceitável, vingaremos sempre!
Dia internacional da Mulher nestas condições? A menos que criem um dia do homem, do hermafrodita, dos H e dos LGBT, daqueles que não sabem, dos que questionam, dos cobardes e dos fortes, dos sortudos ao jogo, dos amantes de beringela e do badminton à chuva. No dia em que tudo tiver “um dia de” e que não seja por motivos que envolvam algum tipo de discriminação, aí sim… assim?! Não.
Gosto de ser mulher, adoro sentir toda a minha feminilidade, não optaria por ter o outro género por nada. Mas sinceramente, custa-me que tenhamos de festejar um dia para celebrar a emancipação que, convenhamos, ainda está aquém da igualdade, se considerarmos o nosso país, e é completamente inexistente, noutras culturas. Relativismo? Sim, apoio, mas há factos e hábitos, como a mutilação genital feminina, ou privação total de ter um emprego ou de exercer direitos e deveres iguais a todos os cidadãos, que são indubitavelmente condenáveis, mesmo que uns mais que outros. Em Portugal, há imensas mulheres que perdem empregos ou “possibilidades de ascensão na carreira” por motivos familiares, porque ninguém acha que conseguirão conciliar. E o número de mulheres que sofre anualmente (ou diariamente até) de abusos ou algum tipo de violência doméstica?! Alguém já se apercebeu realmente da força das mulheres e que não deveríamos precisar de um dia no calendário para serem benevolentes connosco? Porque a verdade é que, a partir do momento em que já ultrapassámos as situações mais complicadas em termos de discriminação e atingimos neste país um patamar aceitável, vingaremos sempre!
Dia internacional da Mulher nestas condições? A menos que criem um dia do homem, do hermafrodita, dos H e dos LGBT, daqueles que não sabem, dos que questionam, dos cobardes e dos fortes, dos sortudos ao jogo, dos amantes de beringela e do badminton à chuva. No dia em que tudo tiver “um dia de” e que não seja por motivos que envolvam algum tipo de discriminação, aí sim… assim?! Não.
5 Olhares:
Cara bloguista,
Antes de escrever sobre o que quer que seja deveria investigar o porquê?
E neste caso, o porquê, assume uma relevância importantissima.
Aconselho vivamente a procurar o que significa e comemora o 8 de março, pois de outro modo poderá acabar por críticar aquilo que verdadeiramente desconhece.
Eu sei o que comemora... mas a questão é que, na prática, o dia não é lembrado por o que significa, ou significou mas por aquilo que referi. Quando se brinda, não se brinda à luta feminina, ou às operárias que morreram queimadas por lutarem por salários iguais em tempo igual. Sei perfeitamente tudo isto, ao contrário do que quis fazer entender. Agora, assumindo a postura das pessoas, homens e mulheres neste dia, não me parece que a importância que teve em 1910 quando foi marcado no calendário seja a que tem agora, dando aso a comportamentos que deveriam ser constantes e não apenas num dia. E não subestime a minha inteligência. (já agora, assume o que escreves.)
Minha cara, se sabe o que o dia comemora, o que fez, apenas agrava a situação. Se de facto o dia 8 de março não é lembrado por o que significa, mais uma razão para relembrar o que verdadeiramente significa. Já pensou que se calhar não é por acaso que no dia 8 de março, em vez de falarem em operárias que morreram queimadas a lutarem pelos seus direitos de igualdade,apenas se falam em ladys night's e coisas parecias. Se calhar o facto de se esquecer o essencial e relevar o acessório, apenas reforça a importância do verdadeiro significado do dia 8 de março. :)
Já agora, eu não subestimei a sua inteligência, apenas acho que se formos mais directos com as pessoas, elas são mais directas para nós. O que fiz, foi apenas acicatar o seu orgulho. :)
Beijinho
Está então a concordar comigo quando me revolto com os brindes a tudo o que é acessório, em vez de se lembrar o que é realmente importante. No dia em que o "dia da Mulher" significar de facto que todos somos iguais nas várioas vertentes sociais, económicas, política, etc, aí sim, terei orgulho em lembrar algo. Assim? Assim o dia (e noite) é de pré-congelados, flores e ladies nights como refere e isso só revela as desigualdades que existem. Isto é o que critico, a prática do dia, e não a teoria subjacente (porque de teóricos está o mundo cheio e não avança). Gosto que sejam directos cmg (se bem que o anonimato nã é algo minimamente frontal)
Beijinho
You go Girl!
fil.
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