Tempo
Há histórias que apenas com o tempo se vão revelando. As personagens tornam-se mais densas, mais verdadeiras, o carácter de cada um mostra-se com mais força. Aí tudo ganha outro sentido. Percebemos quem é forte, quem é cobarde ou insensível, quem teve um papel fundamental, quem se deixou apagar, quem amou mais, quem deu mais e quem fugiu mais. Os ódios que nutrimos ou desavenças passadas revelam-se como escapes de algo mais forte, que foi sendo amaciado e prevaleceu mesmo no Inverno mais rigoroso. E começamos a sentir simpatia pelos antigos vilões e a sentir outras perspectivas que até então achávamos imperdoáveis. Acontece com os filmes, com os livros (como me aconteceu com o Perfume, que achei intragável e depois senti uma simpatia pelo Jean Baptiste Grenouille incompreensível), com a vida. Aí apanhamos as maiores decepções e também alegrias com a mudança de alguns, firmamos os melhores princípios e recusamos voltar a dar os passos errados que noutra altura demos. Como estava escrito num postal que me deram, “les déceptions ne tuent pas e les espoirs font vivre” (George Sand), crescemos dolorosamente com o tempo, mas crescemos.
2 Olhares:
feliz por ajudar e ver que cresces! junta-te a mim! (ou à minha tentativa)
sempre ao teu lado, ok?
:) Sim... o teu postal dá-me ânimo nos piores dias. Está estrategicamente colocado para ser das últimas coisas para onde olho antes de adormecer, tal como outrora estava a equipa do benfica de Cannigia ou João Pinto. EHEHEH
Sempre aqui tb, sabes disso.
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