2007/02/26

Resposta ao Byron

Se é possível morrer por amor? hmmmm Concordo com o Arqueólogo Moura (:)); a amar, deve-se amar a vida, o oposto da morte. Eu amo a vida da mesma forma que amo alguém, forte e incondicionalmente. Não acho que o amor seja algo meramente desenvolvido, construído. Por essa ordem de ideias podias facilmente começar a amar alguém só porque sim, porque forçaste. Aquele amor que te levanta do chão, que te faz rir à gargalhada de manhã ao acordar às quatro da madrugada (ou outra hora menos própria: P), que te faz flutuar, que te faz pular de felicidade não é algo que se constrói, mas sim é algo inexplicável, que surge, sentes e não sabes muito bem porquê. Se assim não fosse, porque vemos tantas pessoas a amar imenso alguém que não as trata da melhor forma? E porque teríamos amores únicos e duradouros que teimam em manter-se, mesmo que as pessoas em questão queiram por tudo seguir caminhos diferentes? Ainda ontem me diziam "as relações não são fáceis", e o "para sempre" muitas vezes torna-se num "enquanto durar”, e que “muitas vezes as pessoas preferem viver sem amor do que lutar por ele”. Claro que contentarmo-nos em “gostar de alguém” e viver assim é mais fácil, mas com certeza não será feliz.
Tudo o que envolve sentimentos entre duas ou mais pessoas é bastante complicado e muitas vezes conflituoso. É necessária uma grande dose de compreensão, paciência, tolerância, flexibilidade e, acima de tudo, é preciso saber perdoar e não nos prendermos a erros do passado, que nos impeçam de viver o presente da melhor forma. Sempre que não for possível remendar algo que por uma ou outra razão foi danificado, temos de fazer o luto (sem achar que isso é algo fora no normal ou que nos vá matar), chorar, curar as feridas e viver o presente. O que não nos mata, torna-nos mais fortes (dizem-me isso todas as semanas), portanto amar faz-nos aguentar tudo, mesmo a iminência da morte (espiritual, física, emocional, etc). Lamento discordar contigo, Quim, mas é muito mais fácil controlar a dor do que o amor.
O sentimento cinematográfico (de paixões ardentes e cor de rosas e loucuras diárias) fica mesmo por aí, na tela, a realidade é muito diferente. Mas mesmo assim, mesmo que o amor nos traga dissabores, ou que nós próprios tomemos decisões completamente erradas na vida e nos sintamos perdidos no meio do caos que criamos, temos de aprender acima de tudo a ter calma, parar para ouvir o nosso interior, e nunca mas nunca perder a coragem e vontade de lutar por algo que nos faça realmente felizes.
E morrer por amor não existe… O que move o Mundo é Viver por Amor.

7 Olhares:

Anonymous Anónimo :

" Se assim não fosse, porque vemos tantas pessoas a amar imenso alguém que não as trata da melhor forma? "

A isso chama-se patologia...

17:04  
Blogger Margarida :

Oh sarcástico... há sentimentos que não se explicam e às vezes não se entendem. Mas patologia é quando não vemos e continuamos a bater no ceguinho. Podes amar alguém, entenderes que não resulta e viveres com isso, sem pressionar de uma forma obsessiva. E eu falo na primeira pessoa. Amar alguém não significa estares com essa pessoa, quando não resulta podes continuar a ser sã mentalmente e escolheres outro caminho. As coisas não são preto e branco.. há sempre outras cores.

20:33  
Anonymous Anónimo :

sabes aqueles momentos em que alguém te diz algo que de repente faz todo o sentido do mundo e nesse preciso momento sentes que não estás só?
pois é, arrepiei-me completamente a ler este teu texto...

23:05  
Blogger Margarida :

:) Sinceramente não estou a ver quem és, mas digo-te que não estás mesmo só. Ainda há uns tempos conversei sobre isto com um amigo meu, e de facto somos muitos na mesma situação, não podemos achar que só nos acontece a nós ou só nós sentimos esta coisa estranha que muitas vezes temos vergonha ou medo de expressar.

12:23  
Anonymous Anónimo :

Podes realmente viver com isso. será que és feliz? ou finalmente terás que te render ao para sempre "gostar de alguém"? quanto a mim dificilmente se ama alguém, ve-se que nao resulta e continua-se em frente. tal como dizes o amor é um lugar estranho com contornos onde a razão não chega, mas pura e simplesmente seguir em frente é quase impossivel para quem ama incondicionalmente e não sabe porque! e novamente como dizes mais depressa se domina a dor que o amor.

13:32  
Blogger Margarida :

Se te acomodares ao "gostar de alguém" "enquanto durar" até podes sentir uma certa estabilidade e tranquilidade agradável. MAs conseguirás ser feliz no teu "para sempre", o resto da tua vida assim? Sem algo que te faça vibrar e te preencha? (A resposta depende de cada um. Eu não consigo estar numa relação onde gostem de mim e eu não partilhe o mesmo sentimento. Não gosto que me façam isso, também não usaria ninguém para fazê-lo)

14:03  
Blogger Filipa Paramés :

nas astrologia diz-se que devemos ser fiéis a Urano. O significado disto, explica-se na música do Sting e, principalmente nesta frase:

"If you love somebody, set them free".

beijos*


Ah.. e a pessoa que devemos amar mais é nós próprios. Sem amor próprio, o amor pelo outro torna-se numa obsessão e numa ilusão. E isso não é amar. Queremos preencher um vazio que deve ser preenchido por nós e não por terceiros.

E depois há o desejo que também se confunde muito com o amor... enfim. O planeta Venus tem muito que se lhe diga... :)

21:54  

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